sábado, 10 de maio de 2008

A doença da humanidade

Eglitz

Sei de uma menina que é estudante de psicologia e o seu sonho é trabalhar com crianças. Juntou-se voluntariamente a um projeto de uma ONG que tenta recuperar crianças problemáticas em uma cidade violenta no sul do país.
Até aí, tudo está dentro de uma normalidade, pois, este é o sonho de muitos jovens desse país. Dezenas, talvez centenas deles, gostariam de fazer algo para melhorar a vida dos menos favorecidos.
Ninguém poderá duvidar que muitas pessoas trazem o dom do altruísmo no seu próprio sangue. São capazes de doarem-se literalmente em prol da causa que abraçaram. O desejo visceral é mudar o mundo, e, mudar para melhor.
Mas nem sempre alguns conseguem perceber, quando o seu mundo consegue algumas melhoras. Na realidade o que acontece, é que seus desejos começam a ser tingidos por perspectivas lúgubres, e lentamente vão sendo tomados e transformados em falsas ideologias e sofismas políticos.
Não é raro encontrarmos jovens que inicialmente tinham o desejo altruísta de melhorar o mundo ao seu redor, mas que de repente, encontraram-se em uma encruzilhada com uma enorme dúvida: se continuavam com seu desejo de servir ou, aceitavam “ser servidos”. Infelizmente, muitos preferiram seguir para o lado das luzes ilusórias dos holofotes.
São muitas as armadilhas e artimanhas que encontramos pela vida, e são justamente para purificar o nosso desejo ou nossa intenção verdadeira. Muitas vezes o que verdadeiramente queremos se esconde por trás de uma atitude ou comportamento diferente. Não raro, a nossa verdadeira intenção esconde-se atrás de uma máscara de supostos atos benfazejos.
A humanidade em geral como um corpo, está doente. E nós individualmente, somos como células desse corpo; e, agonizamos contagiados pelo vício do ódio, da violência e egolatria.
O que vemos nos noticiários e desaprovamos, é sim, a manifestação dessa doença humana, que muitas vezes sai das sombras e mostra a sua face feia e horripilante; mas que se mostra para que todos os que fazem parte dessa humanidade, percebam que ela (a doença) precisa ser extirpada o quanto antes do nosso meio, mas pelos métodos certos.
Mas o que seriam os métodos verdadeiros?... Uma coisa é certa, até agora não se conseguiu curar a violência com a própria violência. Somente a educação sistemática e construtiva poderia eliminar a violência do seio da humanidade. Se pensarmos no hoje: a educação voluntária e espontânea da nossa mente. Se pensarmos no amanhã: a educação efetivamente construtiva da criança.

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