sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Artistas esquecidos


O sucesso, glamour e fama, realmente são passageiros. Uma coisa que chega a ser ingrata até, é o esquecimento de uma personalidade que fez parte de uma época, e sua voz marcou com belas canções a vida de muitas pessoas.
Um exemplo disso, é a cantora "Bianca" que marcou com sua irreverência e bela voz os anos 80. Mas infelizmente, não existe quase nada sobre ela na web. As suas músicas vez em quando alguma emissora lembra e roda a título de relembrar, mas é só. Encontrei só isso sobre ela neste blog:
www.musicapopulardobrasil.blogspot.com
BIANCA: UMA CANTORA DA ERA PRÉ-PITTY
Com sua guitarra elétrica, ela foi como roqueira, o retrato da geração que vibrava na transição dos anos 70 para os anos 80.

Para quem tem mais de 35 anos, ela foi a cantora adolescente que se fez passar por uma rebelde da sua geração. Para quem tem menos, entenda como história da música popular do Brasil. Ela despontou para o sucesso no final de 1979, com um compacto simples que trazia as músicas “Os Tempos Mudaram” (o que me importa) e “Vou Pra Casa Rever Os Meus Pais”, versão de A Little More Love. Na contramão do sistema das gravadoras, que apostavam em cantores adolescentes sim, mas em trio, quarteto e pacatos. Tinha A Patotinha, As Melindrosas e a inglesinha romântica Nikka Costa, mas com Bianca foi diferente. Ela foi a Pitty daquele tempo. Em 1980, com seu primeiro LP, conquista elogios da crítica e popularidade, principalmente dos jovens. Cantava em programas como o de Chacrinha, Sílvio Santos, Bolinha e Globo de Ouro. Fazia fotonovela nas revistas, almoçava com os artistas no programa do Aérton Perlingeiro e cantava muito, no rádio. A gravadora RGE foi responsável pela produção do disco e da carreira de Bianca, que no seu primeiro LP, já contou com um repertório apropriado para a sua idade de 16 anos. Puxado pelas músicas conhecidas do compacto, o LP tem ainda, além das versões (muito comum na época), as composições Tempos Difíceis, um blues de Gilliard, pode acreditar (jovem como ela na época, poucos anos a mais do que ela) e Comentários A Respeito de John, do cearense Belchior. A música Minha Amiga, ficou na memória das jovens mais românticas. O mais puro retrato da geração perdida, para não dizer alienada. O disco tem produção artística de Hélio Eduardo Costa Manso, produtor de quase todos os cantores da época, que pertenciam a RGE. Na ficha técnica do disco, não consta o nome de Bianca como guitarrista, o que leva a crer que ela não era de fato, uma guitarrista, fazia pose apenas. Mas isso não importante. Bianca entra no cenário musical fazendo diferença num tempo em que Gretchen cantava (com sucesso) de costas e que a geração do rock nacional ainda não tinha mostrado sua cara. Falava de rebeldia, crise existencial e Beatles, mas nada autoral. Solta a voz afinada no disco e nos tempos antigos, tinha ótima presença de palco. Infelizmente foi atropelada pela Blitz do Evandro, que tinha mais a ver com a geração daqueles primeiros anos da década de 80. Se ela gravou outro LP, não teve grande repercussão, pois ninguém sabe ninguém viu, nem o disco, nem ela. Porém o disco é recomendado para quem quer entender a confusão musical que foi o final dos anos 70, que depois de ser varrido pela discoteca, ritmo que dissipou o bolerão (que ainda persistia agonizando) e fez até os mais tradicionais (Luiz Gonzaga, Ângela Maria, Jair Rodrigues etc...) entrar na onda. Se você encontrar o disco de Bianca dando sopa por aí - o que é muito difícil pois, quem tem não se desfaz - não hesite em comprá-lo. É muito bom de ouvir.
Bianca é mineira, de Ituiutaba. Seu verdadeiro nome é Cleide (que não podia ser nome de roqueira). Foi crooner de banda na sua cidade e descoberto pelo cantor e compositor Cléo Galante, que depois de vê-la cantar e tocar guitarra, levou a mesma para São Paulo e apresentou a RGE, quando ela tinha apenas 14 anos.
O vídeo abaixo, no momento, é o único que se encontra com a imagem dela na internet.

3 comentários:

Anônimo disse...

Tive o prazer de assistir um show da cantora Bianca na cidade de Tupã/SP, no ano de 1982, ela cantou para mais de 6.500 pessoas em um ginásio de esporte que ficou totalmente lotado, um show que jamais irei esquecer, ficou na saudade

Anônimo disse...

eu me lembro dela,meu pai tem o lp dela,queria saber por onde elanda agora,se ainda canta.

Anônimo disse...

Eita, que legal. A menina Bianca embalou meus sonhos entre 1980 e 1983. Pena que a moça desapareceu. "Se estou na foça....a, tudo bem/se eu sou careta....aque é que tem...." Que saudades. Bianca por onde vc anda.