sábado, 15 de agosto de 2009

VALORES TRANSITÓRIOS

por: Eglitz

Se formos refletir um pouco, logo observaremos que a maioria das pessoas vivem mais iludidas do que conscientes. Esquecemos da transitoriedade da vida física, e ocupamos todo o nosso tempo a buscar coisas que não terão valor algum na hora que mais precisamos.

A busca desenfreada por "valores" materiais, faz com que esquecemos de regras básicas para a sobrevivência sadia da raça humana sobre a terra. A melhor casa, o melhor salário, o melhor carro, a luta pelo poder, tem sido o objeto dos maiores distúrbios sociais dos nossos dias.

Desde muito cedo aprendemos que vivemos em mundo competitivo, onde sobreviverão somente os mais fortes, os mais inteligentes e audaciosos. A pseudo crença que vivemos em um mundo para digladiarmos com nossos semelhantes, faz que ignoremos o valor perene do amor.
Poderíamos citar o perdão, a amizade, a solidariedade, a ternura e compreensão, mas é desnecessário, pois tudo isso é decorrência do AMOR. Quem não tem amor, não poderá manifestar nada disso.

A violência campeia em nosso mundo hoje, e o que presenciamos no nosso dia-a-dia, é semelhante aos piores atos de loucura que a humanidade já registrou. Sequestros, estupros, matar para roubar, tudo é conseqüência do egoísmo incrustado no coração e mente humana.

Alguém tem dúvida que o homem veio a este mundo para doar-se em nome do amor ao seu semelhante? Não o pseudo amor carnal, mas o verdadeiro amor que enxerga além da aparência externa? Ou alguém acredita que veio para ser uma praga na sua família, que terá que matar roubar ou ser um péssimo exemplo de vida para poder se afirmar perante aos outros?

Vamos nos acomodando com as coisas, e com isso esquecemos do que realmente importa para nossa evolução de vida.
Imagine uma sala onde você colocou aquele lindo piso, e cobriu as paredes com os melhores e mais valiosos quadros de arte. Mas depois de pronto, você esquece de fazer a manutenção, e deixa o pó ir se acumulando. Não demorará muito tempo e, o belo piso e os as suas belas artes já não poderão ser mais vistas.
É exatamente isso que acontece conosco quando esquecemos de separar o joio do trigo em nossa vida.

Diariamente convivemos com coisas ruins, ouvimos coisas que nos desagradam. Deixamos entrar nos nossos lares, coração e mente, noticias que ajudam a deteriorar o nosso lado bom. E cada vez mais iremos nos identificando com essas coisas, e elas, como o pó referido acima, vão encobrindo a nossa verdadeira natureza, tornando-nos amargos, violentos e doentes.

A ilusão está tomando conta da mente e coração das pessoas. Veja como é difícil encontrar alguém que sorri para você na rua ou no trânsito. Todos estão com muita pressa. Precisam chegar primeiro em todos os lugares.
As coisas se inverteram e criou-se um padrão superficial de reconhecimento. Julgamos aos outros superficialmente, pois é assim que somos ensinados diariamente a fazer. Você já ouviu aquela expressão: " A PRIMEIRA IMPRESSÃO É A QUE FICA? " Quem inventou isso, deveria se envergonhar, por ter ajudado a difundir a LEI DA DESCARTABILIDADE.

Criamos um padrão cruel, mesquinho e efêmero para julgar o nosso semelhante. Quem se aproxima de nós, a primeira coisa que fizemos, é julgar a casca. A superficialidade predomina em tudo. Quem Não estiver bem vestido, limpinho, e não se encaixa em nosso padrão de beleza, ta fora! Já é descartado.

A mente atrai o semelhante. Se é essa superficialidade que carregamos dentro de nós, é isso que iremos ter como resposta. A conseqüência disso é: atrações a primeira vista, que acabam em péssimos relacionamentos. Como semelhante atrai semelhante, quando encontramos alguém que se acendeu quando nos viu, é sinal que ali tem muita coisa de nós. E isso é bom ou ruim? Depende. O fato é que muitas vezes estamos de saco cheio daquilo que carregamos por muito tempo. Aí explica muitas vezes de relacionamentos com pessoas muito parecidas não darem certo. Muitas vezes estamos cansados de nós mesmos, que almejamos uma grande mudança.

A pressa é inimiga dos bons relacionamentos. Quem não tem tempo para parar, olhar nos olhos e ouvir, não poderá obter também uma boa impressão do seu semelhante. É fácil julgarmos pelo padrão superficial. E o que mais ocorre é as expressões: " NÃO GOSTEI DESSE TIPO", NÃO FUI COM A CARA DELE(A).ESTRANHO NÃO?"

Pois é: vamos continuar por muito tempo ainda usando esse modelo de comportamento, até percebermos que ele é nefasto. Até quando chegarmos no limiar do desconhecido e ficarmos estupefatos ao saber que estivemos perseguindo ilusões. Que enquanto deveríamos estar engajados em nos preparar para o maior, estivemos PRÉ-OCUPADOS com a ilusão do menor.